Obra da Teosofia
Coração é terra que ninguém anda
É órgão que inflama que reclama
Desiludido pelo sentimento que engana
Coração partido de saudades levianas
Coração é traído pelo desejo
Manipulado pelo beijo, subordinado pelo anseio
Ludibriado pela malícia do pensamento
Funeral sem cortejo, fome sem sustento
Coração é esculpido pelas mãos do destino
É a imagem perplexa do desatino
Criança sem face, odre de vinho envelhecido
No espelho do passado um reflexo irrefletido
Coração é valente nas batidas do peito
Estação de folhas secas carregadas pelo vento
Coração é covarde amedrontado pelo medo
É inverno sem saudade, céu cinzento
Coração é lápide de mármore, histórias frias
Que pulsa dentro do peito, nas batidas pela vida
Estranho pergaminho, palavras escondidas
Do engenheiro lá do céu a mais pura obra prima.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 26 de Março de 2002.

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