Utopia
Nua eu te decorei
No quadro da minha concupiscência
Assim inconsequente sem consequências
Eu te furtei na vaidade da minha alma
Tua imagem tão selvagem
Na pintura insaciada
Explorada na estupidez dos meus dedos
Que estiveram perdidas na insensatez do desejo
Eu te pintei
Como quem pinta arrogante
Na irresponsabilidade dos amantes
O delírio de uma imaginação coadjuvante
Eu te decorei
Como profissional apaixonado
Eu te desejei
Como um carnal assim tão fraco
Nua eu te possuí
Na utopia ignorante da pintura
Sobre o olhar atento
Da hipocrisia dos meus olhos
Que não tardaram em julgar
A displicência do teu corpo.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 06 de setembro de 2002.

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