Monótonas Ruas de Terra
Vento que passa como música
Folhas secas a bailar
Sem destino voam lúcidas
Sem lugar pra descansar
Neves emprestam um branco
Forram os canteiros de gelo
Tais como um sorriso brando
Perdem-se em minutos de desejo
Folhas desbotadas pelo chão
Retrato da primavera esquecida
Chuva fina de verão
Refrescam a cidade adormecida
As luzes se apagam nas praças
Ofusca a beleza do encontro
Meninos chutando lata
Pensamentos em meio aos escombros
À tardinha invade a tristeza
Deixando a saudade para o dia que vem
Monótonas ruas de terra
Traz à lembrança o rosto de alguém
A noite cai vestida de medo
Escurece o caminho da estrada
Faz acender no corpo o desejo
E traz a fisionomia do semblante da amada.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 21 de agosto de 2001.

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