Peito em Carta
Pensamento que não para quieto
Cria asas imagináveis pra te ver
O tanto que te amo já não sei bem certo
Saudade me invade da vontade de morrer
Sobrevoa por cidades e arranha-céus
Pensamento louco indomável
Que me apanha pelos ares, farto de visão!
E ao mesmo tempo solitário
Pensamento que não para; inquieto...
Faz desta minha carne solidão
Teu sangue que escorre em minhas veias
Faz sangrar meu dilacerado coração
Se lhe enviar o meu peito em carta
Tão farto de tristezas em vão
Tal carteiro se despediria aflito
Conteúdo de uma escrita sem razão
No outono esperança vira folhas
Bailarinas pelo vento a voar
Amarelas vão doentes em rumores
De mansinho em teu peito aconchegar
Para os lados de cá amanheceu tão cinza
Pigmentos de um jardim sem flor
Sem você minha alma agoniza
Lágrimas torturadas viram brisas
Arco-íris entardece incolor.
"Homenagem à Paloma C. Zacarelli"
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 23 de julho de 2003.

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