Navio Negreiro
Navio negreiro que flutuas no oceano
A caminho da América pesarosa em teu seio
Vestido de negrume és incólume cargueiro
De escravos humilhados, exilados e profanos
Covardes escravocratas, imundos traficantes
Que conduzem a negrada sem destino e sem porte
Húmiles negroides entregues à própria sorte
Infelizes algemados destas dores sois amantes
Negros africanos, fugitivos do próprio destino
És vitima deste negreiro que transporta sofrimento
Do necrófago oceano, torturado e quase morto
Sepultado sobre as águas sem piedade e sem respeito
Entre os livros vasculhados, sublinhados e sem glória
Esquecidos na estante, escrevinhados nesta história
Por sua pele cor negrume, e cabelo esdrúxulo!
Falso júri de vaidade notória
Ignoram o testemunho de um negro sem memória.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 29 de abril de 2002.

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