Meu Crime
Pudera recorrer da sentença
Quisera se tivesse a certeza
Que ao julgarem este meu coração
Não encontrassem beleza
Nem tão pouco a condenação
Meu corpo violentado no pecado
Pelo ato consumado de meus pais
Flagelado pelo mal, perante este tribunal
De juízes desleais
O tempo como advogado de defesa
Marcou-me o rosto com rugas desnecessárias
De certo que o meu crime
Era amar quem não merecia
E acabei nesta solitária
Ainda tenho a dor a meu favor
Que simplifica minha maneira de sofrer
Por não se ter identidade própria
Colocando tudo a perder
Se acaso for absolvido
Não me tapem os ouvidos
É preciso ouvir a acusação
Testemunha dos gemidos
Em voz alta do meu coração.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 26 de agosto de 2002.

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