O Sal da Lágrima
Salta do par, e....
Em silêncio declina
Pelo escorredor da face
Descansa tranqüila entre os lábios
Não seca o sal da lágrima doída
Brota em um poço raso e vermelho
Escapa e se perde...
No mapa desenhado pela vida
Antes que uma se vai, outra vem
São filhas bailarinas das meninas
Se por dor ou por amor
Alguém a acordou
Do sono profundo do coração
Dotada de uma química estranha
No lenço ou papel veio absorver em vão
Cava na alma à profunda extorsão
O timbre da voz que tonteia
Balbucia na ignorada mansidão
A lágrima com o tempo insiste a secar
Porém o gosto extraído do sal
Adormece nos lábios de quem a provar.
Marcelo Henrique Zacarelli
Itaquaquecetuba, 29 de abril de 2008.

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